FÉ

 Entre as muitas explicações para o significado destas duas letras que formam a palavra chave para a renúncia do homem velho e o revestir-se do novo relacionamos algumas que melhor achamos para a nossa fraca compreensão a tão sublime importância para a salvação do ser racional.

Em primeiro lugar diríamos que a fé tem ligação direta com a confiança e fidedignidade, ligados a convicção (do verbo grego peithomai) e o tempo presente pepoitha que expressa a convicção firme e confiante que veio a existir. Ambas, peithomaipepoitha, originalmente, significam o relacionamento fiel de parte de um contrato e a fidedignidade dos tratos ali firmados.

No grego do Novo Testamento, estas duas palavras que juntas compõe-se de dezessete letras e resumidas em apenas duas no  Português formando a palavra fé, obtiveram uma importância especial e conteúdo específico através da sua aplicação ao relacionamento com Deus em Cristo:   A aceitação e reconhecimento, em plena confiança, daquilo que Deus fez ou prometeu fazer através de Jesus.

A palavra chave para fé, do grego pistis, no grego clássico, significa a confiança que um homem pode ter nas pessoas ou nos deuses e,   traduzidas por outros eruditos como credibilidade, crédito nos negócios, garantia, prova.

Pistis  revela a essência do homem. A fidelidade ao seu destino moral leva a fidelidade para com outras pessoas. No conceito do Antigo Testamento a fé significa ser leal; digno de confiança, fiel.

As narrativas dos milagres   realizadas por Jesus contêm referências à fé  da pessoa doente, ou das pessoas que o cercavam (Marcos 2: 5; 5: 34; Mateus 8: 10). Para Jesus, a fé significava o estar aberto às possibilidades que Deus apresenta (Marcos 11: 22). 

Toda conclamação da parte de Jesus continha os elementos da fé, da  confiança, do conhecimento, da decisão, da obediência e da autodireção.

Esta fé era dirigida para a realidade e estava profundamente envolvida no ato do viver, e estava num plano completamente diferente de abstração hipotética.

O Apóstolo Paulo dirigia suas mensagens, ou seja, seus escritos como sendo aos que crêem (Romanos 1: 16; I Coríntios 1: 21).

A fé significa o reconhecimento da mensagem de salvação e da conduta baseada no Evangelho (Romanos 1: 8; I Coríntios 2:5). A fé e a vida  são extremamente vinculadas em João 3: 16 e 11: 25. 

A fé tanto pode ser um ato de momento, como uma atitude para a vida inteira, e que precisa crescer e se fortalecer (João 1: 12) “Mas a tantos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome”.

O Apóstolo João ao escrever seu Evangelho não usou o substantivo grego pistis fé, entretanto empregou o verbo pisoteou creu [crer] 98 vezes, definindo-o como uma atividade; algo que as pessoas realizam; uma dedicação contínua que nos leva a unir ao Senhor na esperança firme de alcançarmos a salvação (Hebreus 7: 25). O verbo crer é um particípio presente ativo, indicando a necessidade da perseverança na fé; fé genuína que precisa continuar após o ato da conversão (Mateus 10: 26b).

Tanto a palavra como o verbo crer é um princípio ativo, ato da inteligência e da vontade.

Fé e crença quer dizer confiança absoluta em tudo que Deus revelou (Gênesis 15:6; Marcos 11: 22; Romanos 4: 3-5). Foi pelo crer seguido de fé que agiram e alcançaram o padrão de Deus os heróis das Escrituras (Hebreus 11)

A fé consiste em confiar nas palavras de Jesus como sendo Ele o verdadeiro Filho de Deus (João 5: 24).   A fé é a essência da salvação (João 3: 15).

É pela  que nós havemos de chegar à justificação, ao padrão, à salvação, e por fim a vida eterna.

CONCLUSÃO

E por fim, a fé é a mais pura certeza de que vamos receber as coisa que esperamos e a crença fiel de que existem realidades que não vemos. Foi esta fé que levou as pessoas do passado a serem aprovadas por Deus. É a fé que nos induz a crer que o universo foi criado pela ordem expressa de Deus e que as coisas que vemos hoje foram feito do inexistente.